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A presente proposta pretende traçar um panorama sobre o racismo religioso perpetrado contras mulheres no âmbito dos cultos dos Candomblés e da Umbanda, partindo das crônicas de João do Rio, da literatura jornalística, arquivos do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Bahia, bem como as Constituições de 1824 e de 1988; sem prescindir da literatura historiográfica, sociológica e antropológica sobre o papel das “mulheres de santo” nas religiões de matrizes africanas. Cotejar os processos de intolerância religiosa pelas quais sofreram e sofrem no Brasil a partir do fetiche introjetado no imaginário popular acerca das religiões de matrizes africanas e a misoginia características de uma sociedade patriarcal cuja estrutura colonial ainda persiste.
Primeiramente, é necessário destacar o papel da mulher na cosmogonia bantu e assim apresentar o papel da mulher na cultura africana e as permanências de sua atuação no contexto da diáspora. Ademais, demonstraremos analiticamente as práticas religiosas organizadas pelas mulheres e suas funções nos terreiros e cultos religiosos, para depois pôr em perspectiva o imaginário social sobre os cultos afrobrasileiros na visão do cronista João do Rio e como essas visões foram incrementadas ao longo das décadas, até os dias atuais; onde se misturam o racismo religioso e misoginia como duas formas de violência sentidos pela mulher negra em nossa sociedade. Como mulheres são ao mesmo tempo as bases das religiões de matrizes africanas, constituídas de uma ritualística que endossam respeito e reverência no âmbito religioso e ao mesmo tempo são apedrejadas por assumir sua religiosidade em público? O cerne da questão que pretendemos demonstrar, é o imaginário social brasileiro contaminado pela dinâmica colonial excludente, hierárquica e que inferiorizou e inferioriza a produção cultural do negro, sobretudo das mulheres negras praticantes das religiões de matrizes africanas no Brasil.

Racismo religioso. Mulheres negras. Matrizes Africanas. Imaginário Social.

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