top of page
“Saravá, jongueiro velho que tem muito a ensinar, que Deus dê a proteção ao jongueiro novo pro jongo não se acabar…” (Jongo de Guaratinguetá, s.d.). O jongo é uma das heranças afrodiaspóricas mais difundidas na contemporaneidade. Uma dança, um cantar, os tambores e os corpos a bailar. A herança jongueira remonta os tempos da escravização africana, principalmente nos territórios rurais da região sudeste brasileira. Negando as perspectivas históricas hegemônicas, esta manifestação sociocultural nos inunda de histórias, cantigas e movimentos que enaltecem as trajetórias de resistências e engenhosidades dos antigos negros escravizados, perpetuando-se em suas descendências rurais e urbanas. Muito se diz sobre os pontos marcados para a combinação de fugas e rebeliões no contexto sócio-histórico da escravização; dos raros momentos de alegria e comemorações, resgatando-se camufladamente minúcias culturais de múltiplas etnias africanas; dos recados e demandas entoados ao som dos atabaques. A presente oficina traz como objetivo a construção de uma metodologia de ensino da Cultura, História e Arte africana e afro-brasileira na perspectiva do cumprimento das diretrizes legais-curriculares atribuídas pelas leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Assim, objetiva-se, como continuidade das experiências que se ocuparam com trocas mais teórico-históricas sobre o jongo, apresentar elementos pedagógicos e possíveis materiais didáticos advindos da dança. A matemática e música revelam as aproximações com o tambor; o ponto de Jongo dialoga sobre os preconceitos linguísticos, a poesia, as métricas e outras temáticas da lígua portuguesa; as vestimentas, as indumentárias e os rituais subliminares aportam história, geografia e artes; a questão do mestre nos remete politica, filosofia e sociologia, uma hierarquia pautada no respeito ao mais velho sábio. Assim, proponho algumas formas dos docentes antirracistas conhecerem e apresentarem o Jongo, trazendo para o lócus de seus fazeres-saberes outras formas de concretizar o ensino antirracista.
Jongo, prática educacional antirracista, material didático, heranças pretas.
bottom of page


