O GT “Pensando as diferenças: democracia, relações raciais e outras interseccionalidades” se propõe a ser um espaço interdisciplinar de reflexão a respeito das diferenças, suas intersecções e a democracia. Busca-se articular neste grupo pesquisas sobre relações étnico-raciais e racialização; de gênero; sexualidade; corpo e relações de alteridade; entre outras clivagens sociais, com foco em como tais diferenças interseccionadas se elaboram e contribuem com a elaboração de nossas bases democráticas, especialmente no Brasil e na América Latina, como também em outros contextos transnacionais, visando a superação de desigualdades sociais que se associam a complexas dinâmicas nem sempre capturadas pelos paradigmas do desenvolvimento econômico. As reflexões que buscaremos promover neste GT derivam de um contexto social, político e epistemológico emergente com profundas reverberações na produção do conhecimento. Ao menos desde o início do século XXI, as Ciências Humanas contemporâneas passaram a ser disputadas por um conjunto diverso de vozes, imagens e discursos. Seu caráter historicamente centrado nas experiências europeia, masculina e heterossexual passou a ser tensionado por novas epistemologias e teorias oriundas de uma modernidade global radicalmente descentrada. As diferenças, enquanto um constructo social e culturalmente constituído em oposição a normas presumidas, passaram ao centro das preocupações teóricas e das agendas de pesquisa. Nesse sentido, o objetivo geral do GT é promover um espaço de debates em torno da construção social das diferenças, compreendendo-as de maneira entrecruzada, interdependente e não-essencializada. De maneira mais específica, o GT está aberto para receber trabalhos acadêmicos que versem sobre: a construção sociológica do conhecimento e sua geopolítica, atravessada pelas diferenças; a construção social da anormalidade e do desvio; a colonização e o imperialismo na construção do conhecimento, dos sujeitos e subjetividades; os estudos sobre gênero e sexualidade; reflexões sobre corporeidades e performances; os desafios atuais que atravessam os estudos sobre cultura, o pós-colonial, o feminismo e o feminismo negro; resistência e agenciamentos; os chamados “novos movimentos sociais” e seus novos sujeitos políticos; políticas públicas das diferenças e fortalecimento da democracia; direitos e cidadania do ponto de vista intersecional. Em torno dessas temáticas, o GT buscará reunir trabalhos que tragam contribuições teórico-epistemológicas e/ou empíricas em torno das diferenças, compreendidas de maneira crítica, interseccional e não-essencializantes, ou seja, tomando-as sociologicamente enquanto derivações da experiência social. Do ponto de vista teórico, o GT traz como bases de reflexão as contribuições epistemológicas, conceituais e metodológicas dos Estudos Culturais; Estudos Pós-coloniais e decoloniais; Estudos Queer; da Sociologia das Diferenças; do Feminismo e do Feminismo Negro. Nosso público alvo primordial é composto por estudantes e pesquisadores das Ciências Sociais, Sociologia, Antropologia e Ciência Política, como também de áreas que lidem com o discurso; com as diferentes linguagens – inclusive as artísticas e audiovisuais; com a Filosofia e com as políticas públicas. Também temos como foco os profissionais da educação, das políticas públicas educacionais e outras políticas sociais; além dos movimentos sociais que lidem com as pautas das diferenças e da democracia.
Palavras-chave: Diferenças; Interseccionalidades; Conhecimentos; Democracia.


