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Este GT objetiva fomentar discussões e reflexões acerca da operação lembrança e esquecimento que integra o campo da memória social materializadas por meio de práticas discursivas na área da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), considerado um marco na construção da democracia no Brasil, como também no escopo da Saúde Suplementar. Propomos um espaço de reflexão interdisciplinar sobre as memórias, narrativas e discursos que moldam nossa compreensão da saúde. Em um cenário contemporâneo neoliberal de transformações sociais e desafios globais, torna-se crucial investigar como as experiências de saúde e doença são construídas, transmitidas e ressignificadas no tempo, perpassadas por questões de ordem econômica, social, histórica e racial. Entendemos a democracia como um sistema político que pressupõe igualdade de direitos, participação popular e justiça social. É fato que o racismo se manifesta na desigualdade econômica, no acesso à educação, na violência policial e na saúde pública. Em sociedades marcadas pelo racismo estrutural, como o Brasil, o acesso pleno ao SUS, entre outros direitos constitucionais, exige o combate ativo e permanente às opressões e às hierarquias raciais na medida em que a luta antirracista é condição fundamental para sua existência. Dois pressupostos orientam o tema deste GT: 1. A despeito de sua proposta universalizante, o acesso ao SUS ainda não superou integralmente os sistemas de opressão diversos que historicamente (re)produziram/em desigualdades sociais de diferentes naturezas; entre elas, destaca-se o racismo. 2. As práticas discursivas são práticas sociais, formas de fazer, dizer, pensar, sentir e valorar indexadas de alguma forma por meio de signos. Assim, textos são signos em uso que mobilizam determinadas práticas discursivas caracterizadas, por um lado, pela recorrente repetição, produzindo uma memória discursiva marcada por um sentido de estabilidade e, por outro, estão sempre em movimento, em circulação, criando novos sentidos contingentes. Espera-se que a investigação de estudos empíricos de interações situadas no âmbito da saúde, que ancoram perspectivas que desafiem diferentes hierarquias opressoras, contribua para a ampliação de nossa compreensão sobre os processos socioculturais historicamente constituídos nesse campo. Isso inclui, mas não se limita, a apropriações e representações veiculadas pela imprensa e mídia em suas distintas plataformas, a construção discursiva presente em campanhas de saúde, a literatura em livros e cartilhas informativas, e as representações artísticas e culturais que abordam o tema. Convidamos pesquisadores de diversas áreas do conhecimento – como história, sociologia, estudos da linguagem, antropologia, comunicação, saúde coletiva, direito, entre outras – a submeterem seus trabalhos.

Palavras-chave: Memória; Antirracismo; Democracia, Práticas discursivas; Saúde.

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