Este Grupo de Trabalho propõe reunir pesquisas, relatos de experiência e intervenções que discutam, a partir de uma perspectiva outra — guiada pelos saberes de axé que nos ensinam que é da encruzilhada que se começam os trabalhos — os lugares, rebeldias e formas de resistência das mulheres negras diante dos impactos das reformas neoliberais sobre seus corpos e vidas, especialmente em atividades precárias e invisibilizadas, como o trabalho de limpeza, asseio e conservação. O objetivo do GT é criar um espaço de escuta, debate e construção coletiva sobre formas de resistência sindical, estratégias de solidariedade de classe e saberes rebeldes que desafiem o racismo estrutural, o patriarcado e as figuras jurídicas e políticas que tentam despir os corpos das trabalhadoras negras de qualquer possibilidade de devir de direitos sociais no campo trabalhista. O GT se ancora nos referenciais do feminismo negro brasileiro (Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Cida Bento), na metodologia da encruzilhada como ferramenta epistemológica e política, no pensamento crítico descolonial e nos fundamentos do Direito do Trabalho como arena de disputa histórica. Também considera os saberes ancestrais de matriz africana, como os do candomblé, que oferecem um olhar situado sobre justiça, resistência e solidariedade. A proposta articula teoria e prática por meio de experiências reais de mulheres negras trabalhadoras e suas organizações coletivas. O público-alvo são pesquisadoras(es), ativistas e militantes de movimentos feministas negros, sindicatos, coletivos de trabalhadores e trabalhadoras precarizadas, estudantes e docentes das áreas de direito, ciências sociais, saúde coletiva, estudos de gênero e áreas afins, além de integrantes de comunidades tradicionais de matriz africana interessados em metodologias contra-hegemônicas e na luta antirracista no mundo do trabalho.
Palavras-chave: Feminismo negro; Terceirização; Trabalho e raça; Sindicalismo rebelde; Encruzilhada gênero-raça-classe.


