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A educação historicamente foi considerada pelo Movimento Negro a esfera fundamental para o combate ao racismo. Essa luta culminou na criação da Lei 10.639/03 que tornou obrigatório o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira no ensino fundamental e médio. Posteriormente a lei seria modifica pela Lei 11.645/08 que inclui também a história Indígena. Essas leis implicam em mudanças profundas nos cursos de licenciaturas que formam professores. Não obstante, os currículos universitários voltados para a formação dos licenciados têm mantido um viés eurocêntrico que não reconhece a história de povos negros e indígenas e nem os saberes produzidos por essas comunidades. Este grupo tem como objetivo congregar pesquisadores, professores universitários e membros de movimentos sociais que participaram, elaboraram, pesquisam ou participam de experiências de formação de professores que incorporam esses conhecimentos e a recente produção dos estudos culturais, pós-coloniais e decoloniais que ressignificam saberes e propõe currículos de formação de professores que rompam com o eurocentrismos que caracterizam ainda os conhecimentos e teorias que formam os professores no Brasil. Destacam-se as produções de autores como Guerreiro Ramos, Clóvis Moura, Lélia Gonzales, Antônio Bispo dos Santos, dentre outros que recolocaram a história dos povos negros como sujeitos e agentes da própria história. Com as recentes mudanças provocadas na formação de Professores através da Base Nacional Comum Curricular, seria interessante observar se tais mudanças estão gerando novas estruturas curriculares que contemplem a diversidade étnico-racial ou pelo contrário a descaracterize. Esses povos desenvolveram relações com o meio ambiente mais sustentáveis que garantem a sobrevivência de suas populações sem agredir o meio ambiente como comprovam a existência das populações quilombolas e indígenas. Além disso, desenvolveram formas de resistência e conhecimentos que possibilitaram a crítica a representação do Brasil enquanto democracia racial e favoreceram através da sua resistência ao desenvolvimento das Ações Afirmativas. Com ingresso de estudantes negros, quilombolas, indígenas favorecidos pelas políticas de ações afirmativas houve uma demanda em termos de mudanças curriculares que incorporem os saberes produzidos por esses povos e sua história de resistência. Essa crítica torna-se fundamental, considerando que esses estudantes nem sempre se reconhecem nos saberes e teorias aprendidos na universidade levando a desmotivação para o ingresso na carreira do magistério e tendo forte implicações para Educação Básica. Com isso a importância de um encontro de pesquisadores que discutam essas experiências e apresentem propostas de mudanças que levem a formação de professores através de um viés teórico e cultural desenvolvido pelas diversas matrizes de formação que caracterizam a cultura brasileira.

Palavras-chave: Formação de Professores; Currículo; Reconhecimento Étnico-racial; Práticas pedagógicas; Educação antirracista.

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