O presente minicurso aborda questões relacionadas à educação das pessoas surdas frente ao desafio da promoção de uma educação bilíngue contra diferentes formas de opressão e violência. A proposta parte de nossos contextos de fala e nossas experiências de vida singulares, bem como do encontro com estudantes surdos no cotidiano de uma escola bilíngue. A partir desse encontro, que mobiliza afetos e sentidos tecidos ao longo de nossa vida-formação e dos contextos e redes de saberes que nos constituem, no diálogo com os referenciais teórico-práticos da interseccionalidade, da filosofia das diferenças e das pedagogias surda e visual, compartilhamos a prática pedagógica vivida com alunos surdos jovens, adultos e idosos, no bojo de uma oficina transdisciplinar cuja espinha dorsal é as manifestações culturais e os movimentos de luta surdos, como o movimento negro surdo, o movimento feminista surdo e o movimento LGBTQIAPN+ surdo. Mergulhando na experiência da Oficina, o minicurso busca, através de memórias, relatos e narrativas das vivências pedagógicas com os estudantes, sublinhar desafios e potencialidades de um trabalho bilíngue voltado ao empoderamento das pessoas surdas, assim como ao reconhecimento de si e à assunção das singularidades e diferenças como potências de existência. Voltado a educadores de surdos atuantes e/ou em formação e lançando mão, além das narrativas, de dinâmicas que incitam a pensar e indagar acerca do tema, buscamos destacar princípios, ideias e estratégias didáticas as quais concorram para a promoção de uma educação bilíngue como prática de liberdade, como afirmação das diferenças e das singularidades, como experiência cidadã. Por isso, imagens, vídeos, falas e materiais didáticos são compartilhados, no desafio de narrar uma educação comprometida com a desconstrução do racismo, da preconceito de classe, de gênero e do ouvintismo/ audismo.