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Este minicurso aborda a educação antirracista na pesquisa acadêmica como um processo (auto)formativo, destacando o poder e a presença de mulheres negras. A discussão parte da minha pesquisa de mestrado, que investiga práticas curriculares para o ensino de Inglês como segunda língua em uma escola aquilombada na Bahia, explorando as contingências desse percurso e buscando uma escrita que represente nossas questões. Ressalto a importância de narrar as trajetórias e questionamentos de uma mulher preta, especialmente em relação à sua capacidade de falar Inglês, para demonstrar os esquemas do racismo e a credibilidade do que é produzido por corpos negros que pesquisam.
O objetivo do encontro é combater as ideias pré-concebidas sobre formas de fazer pesquisa (Oliveira, 2024) e disputar narrativas e espaços de poder, reafirmando que a educação antirracista reivindica a subjetividade negada aos corpos negros. O minicurso dialoga com conceitos das Escrevivências de Conceição Evaristo (2020), a ideia de testemunho de Glória Anzáldua (1987, 2000), os instrumentos da raiva de Audre Lorde (2019) e o estado de vigilância discutido por Christina Sharpe (2023). Essas referências metodológicas ajudam a pensar uma rota alternativa para nossos corpos e nossas pesquisas-vidas.
A inspiração para esse minicurso vem das trocas no Grupo de Pesquisa Currículo, Escrevivência e Diferença na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) que faço parte e também do meu trabalho como pesquisadora na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Acredito que a pesquisa deve “se amostrar” junto às mulheres que escrevem, promovendo diálogos sobre as “travas” na escrita e refletindo sobre nossas trajetórias. O minicurso propõe pensar como esses obstáculos, medos e receios podem ser enfrentados coletivamente e de forma aquilombada (Nascimento, 2022), alimentando novos caminhos de produção e resistência na universidade e na comunidade.

mulher preta; pesquisa; educação antirracista; (auto)formação

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