O minicurso propõe discutir as articulações entre guerra, crise estrutural do capital e seus desdobramentos ecológicos, sociais e políticos, com foco na relação entre Brasil e Israel. Serão abordados os impactos da militarização das relações internacionais, a dependência tecnológica do Sul global, a exportação de matérias-primas e os efeitos dessas dinâmicas sobre os territórios, os corpos racializados e o meio ambiente. Partindo da intersecção entre discurso, ideologia, democracia, antirracismo e direitos humanos, o minicurso analisa os (des)cumprimentos de tratados internacionais e os desafios contemporâneos para o enfrentamento, entendedo que diante do colonialismo, o genocídio em curso requer o seu enfretamento radical pela autodeterminação do povo palestino. Atuando como ferramenta de autoexpansão, o arsenal tecnológico-militar israelense recrudesce a articulação entre racismo, imperialismo e dependência ao constituir um comércio altamente rentável e especializado em tecnologias de fazer-morrer impostas a territórios e populações subalternizadas - seja por sua incorporação via obtenção direta ou pelas consequências ambientais e climáticas devido a extração de matérias primas no Sul global. Esta relação se fortalece ao vislumbrarmos a aquisição de armamentos israelenses e sua incorporação na operacionalização do genocídio negro via operações políciais ao compasso que o Brasil, enquanto economia primária, exporta matéria-prima para a sua construção e os compra com valor agregado centralizado no Norte - resultando em “consequências colonialistas e racistas abomináveis” (Césaire, 2019). Nesse sentido, a metodologia busca integrar momentos de exposição e reflexão sobre a temática, possibilitando a troca de saberes e a articulação entre teoria e realidade social. O público-alvo é de estudantes de graduação e pós-graduação e profissionais das ciências humanas e sociais aplicadas e será desenvolvido a partir de uma abordagem dialógica e crítica. Ao final do minicurso, será construída uma síntese coletiva das discussões, com sugestões de ações, leituras e articulações possíveis para fortalecer lutas antirracistas, ambientais e anticoloniais.