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É inegável o lugar das relações de poder instauradas no âmbito das práticas discursivas e não-discursivas a partir das quais é possível flagrar a constituição do sujeito na história do presente. Observados como urgências históricas, destacamos que os movimentos de reivindicação das singularidades sejam elas da ordem da raça, do gênero, da sexualidade, da etariedade, da territorialidade e da classe social constituem o primado das relações humanas e nos convocam a reflexão sobre suas dinâmicas de funcionamento, em especial, porque se inscrevem no terreno das tensões que habitam os interstícios entre o social e o particular. No cenário global, mas especialmente no Brasil, importa destacar os processos violentos de deslegitimação das subjetividades, sobretudo no que tange à garantia de direitos fundamentais, incluindo o próprio direito à vida. Ainda assim, apesar das múltiplas formas de controle e silenciamento, há vidas que há tempos insistem em rebelar-se e reexistir. Vidas que se insurgem contra as normatividades que pretendem regulá-las e que resistem em meio aos escombros deixados por múltiplas formas de violência. São existências que não apenas tensionam as gramáticas do poder, mas também (d)enunciam outras formas de viver, de narrar-se e de habitar o mundo. E ao fazê-lo, convocam-nos a imaginar, desejar e construir outros mundos possíveis e partilháveis, onde caibam outras formas de ser-estar. É precisamente nesse horizonte - marcado, sobretudo, pela urgência de restaurar nossa imaginação política - que se inscreve a proposta deste Grupo de Trabalho, cujo objetivo é refletir sobre a discursivização de formas de violência e de práticas de liberdade, tanto na contemporaneidade quanto nos diversos mo(vi)mentos da história. Nesta toada, são bem-vindos trabalhos que se inscrevam em perspectivas multi/transdisciplinares, tais como nas teorias do discurso, Linguística Aplicada, Pragmática, Filosofia, Teoria Crítica Racial, Estudos Decoloniais, Estudos Feministas Interseccionais, Estudos Queer/Cuir, Psicologia, Psicanálise, Sociologia, Antropologia, Educação, Artes, História, bem como dos espaços não disciplinares de produção de saber, como a militância e a agência social.

Palavras-chave: Violência; Práticas de liberdade; Discurso; Interseccionalidade; Subjetividade.

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