top of page

Discutiremos neste Grupo de Trabalho trabalhos oriundos de pesquisas e/ou relatos de experiências didáticas que revelem praxiologias fundamentadas na Pedagogia Crítica (Freire, 1987, 1992, 1997) bem como nos Estudos Decoloniais, desenvolvidos a partir de pensadores como Mignolo (2012) e Maldonado Torres (2012). Pretende-se verificar em que medida os pensamentos, freireano e decoloniais, poderiam contribuir em propostas de intervenção focalizadas tanto no desenvolvimento da produção autoral em Língua Portuguesa, quanto em Línguas Adicionais (como por exemplo o inglês e o francês) nos diferentes níveis e modalidades da Educação brasileira. Graças à perspectiva da Linguística Aplicada Crítica (Pennycook, 2006; Pennycook; Makoni, 2020; Rajagopalan, 2003, 2013), opera-se um giro no olhar que não apenas considera o acesso à educação em linguagem como direito humano fundamental, como também privilegia a competência de linguagem, focalizando-a como cerne do trabalho pedagógico com componentes que integram um determinado sistema linguístico. A Educação Linguística Crítica e Emancipatória é garantida por meio de múltiplas propostas possíveis, dentre as quais as desenvolvidas pelos proponentes deste Grupo de Trabalho. O primeiro tem por meta a análise das relações entre textos literários e obras geradas em outros sistemas semióticos artísticos, o que acarretaria deslocamentos quanto à função e ao alcance das configurações linguísticas nas práticas discursivas contemporâneas, profundamente marcadas seja pela multimodalidade (Kress; Van Leeuwen, 2001; Kress, 2010), seja pela retextualização (Marcuschi, 2004) e/ou ainda por operações discursivas intermidiáticas (Rajewski, 2005). Sob as lentes de Freire, a segunda coordenadora discutirá um projeto realizado em contexto de ensino tecnológico para estudantes em Construção Civil, visando ao letramento acadêmico (Ferreira; Lousada, 2016; 2021) em língua materna. Através de oficinas de produção textual, foram desenvolvidos três gêneros: contos, resumos e resenhas críticas, a partir do entrelaçamento da temática do racismo estrutural com a área de formação dos referidos alunos. Em suma, convidamos colegas a intervir em nosso Grupo de Trabalho de modo a buscarmos juntos a transformação das bases linguísticas e linguageiras sobre as quais até o momento se fundamentam a formação acadêmica na maioria das Faculdades de Letras, tanto no Bacharelado quanto na Licenciatura, de tal forma que, cada futuro.a. professor.a. de línguas (materna e adicionais), seja doravante capaz de formular projetos pedagógicos que visem à Educação Linguística Crítica e Emancipatória na rede escolar brasileira, levando em conta simultaneamente: a) especificidades das comunidades locais onde atuam; b) a diversidade cultural brasileira; c) a relevância do Brasil enquanto partícipe nas interações que se estabelecem hoje entre membros do Sul Global (Sousa Santos, 2016) e potências mundiais consideradas linguística e culturalmente hegemônicas.

Palavras-chave: Sul Global; Educação Emancipatória; Linguística Aplicada Crítica; Formação de Professores; Diversidade.

  • Instagram
  • Facebook
  • Youtube

© 2026 Coloquio de Raza e Interseccionalidades. Creado con orgullo con Wix.com

bottom of page