Desde a Conferência realizada em Durban em 2001, oficialmente denominada III Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, vários países, como o Brasil, se comprometeram a criar mecanismos e políticas públicas em prol da superação do racismo em suas mais diversas manifestações. Assim, várias ações mobilizadas pelos movimentos negros, veem remodelando o cenário racial brasileiro mediante a exigência e aplicabilidade de ações afirmativas e políticas públicas nos mais diversos campos sociais como, por exemplo: saúde; educação, mercado de trabalho e participação política. Considerando que as reivindicações pelo direito a justiça social e a superação das desigualdades raciais recriam cenários de diálogos e tensionam outros projetos de nação ancorados na equidade racial, esse Grupo de Trabalho, pretende reunir pesquisas e projetos que tenham como foco políticas de ações afirmativas que visam a superação das desigualdades raciais e de gênero nos âmbitos apontados anteriormente. Deste modo, pretendemos trazer à notoriedade, ações da sociedade civil; movimentos sociais; dos espaços acadêmicos, e demais lugares de agências que tenham como foco olhares sobre a implementação das ações afirmativas na superação das desigualdades raciais, sobretudo, com o olhar atento às mulheres negras. Como aportes teóricos, nossas lentes analíticas e metodológicas se amparam nos debates sobre as políticas de ações afirmativas para a população negra e as suas interssecionalidades. Assim, buscamos avançar com o diálogo sobre a efetividade das mais diversas ações de combate às violências raciais que existem no contexto brasileiro, de modo a compreendermos aonde é preciso avançar com as políticas afirmativas, ancoradas às particularidades e urgências da população negra, nas suas mais diversas particularidades e complexidades, sobretudo, para a construção de políticas interssecionalizadas capazes de romper com as mazelas ainda latentes do racismo à brasileira.