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Nos últimos anos, o debate a respeito das políticas de igualdade racial e de gênero adquiriram um espaço significativo na universidade, especialmente em razão do acesso de pessoas negras no meio acadêmico, que buscam compreender essas demandas enquanto tema de pesquisa. Essas mobilizações têm refletido no campo das produções acadêmicas de discentes e docentes, contribuindo na construção de discursos na esfera interseccional, ampliando o debate sobre as desigualdades raciais em inúmeros contextos, no mercado de trabalho, na segregação espacial e racial, nas discussões sobre as políticas de ações afirmativas, preconceitos e discriminações raciais. Muitas vezes, essas produções, partem da experiência desses próprios sujeitos, que autoetnografam suas vivências, discutindo seu campo epistêmico não apenas como pesquisador, mas como sujeito na sua própria pesquisa. Enquanto perspectiva teórica, este GT tem como escopo discutir as formas de produção acadêmica escritas em primeira pessoa, em seus diferentes contextos e procedimentos metodológicos de quem produz pesquisa sobre suas experiências, o seu próprio território sócio cultural e histórico, realizando um recorte para as autoetnografias (Ellis, 2004; Santos, 2017) e escrevivências (Evaristo, 2009). A forma como esses fatores se relacionam com as experiências das diversas autorias que pesquisam e protagonizam suas relações com pessoas que leem o mundo com criticidade como o caráter transformador e político que estes métodos têm de amplificar a voz a quem fala e escreve. Dentro desta perspectiva de mudança do sujeito que pesquisa, e de suas necessidades de expressar experiências dentro de um campo específico, a realidade em que vive, suas histórias e seu mundo, que este GT pretende lançar o olhar, sobre trabalhos que apresentam o conteúdo científico a partir de outra episteme, semelhante às biografias, e autobiografias bem como sobre as autoetnografias, as escrevivências e as escritas de si, cujos padrões fogem das configurações engessadas pela academia. Deste modo, este GT visa reunir, reflexões teóricas, pesquisas e trabalhos no campo de estudo interseccional e de construções de subjetividades, especialmente das mulheres negras, quilombolas, do campo, indígenas e subversivas de produções que dialogam através da escrevivência enquanto instrumento de construção de discursos acadêmicos, ferramentas metodológicas de investigação e construção de subjetividades e de luta, contra o apagamento e o epistemicídio dos saberes produzidos por pessoas negras, especialmente as mulheres. Que tragam contribuições e reflexões no âmbito do potencial das autoetnografias negras como um caminho epistemológico, teórico e metodológico em prol de um currículo enegrecido e enegrecedor. Escritos registrados em primeira pessoa, palavras que expressam sentimentos, impressões, histórias de vida, dentre outras.

Palavras-chave: Autoetnografia; Mulheres negras; Subjetividades; Epistemologias; Escritas de si.

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