O presente Grupo de Trabalho busca reunir pesquisas e experiências que debatam como o racismo tem operado em diferentes instâncias da vida social (institucional e não institucional) e, com isso, promovido a precarização de cidadanias negras/indígenas. Também atento às políticas antirracistas que enfrentam e criam estratégias de resistência frente aos racismos persistentes, o GT aceita trabalhos de pesquisas, em andamento ou concluídas, e relatos de experiência produzidos por pesquisadores/as e ativistas que estudam os racismos e a branquitude, com foco em estratégias de incidência política e na atuação combativa, em espaços formais e não formais de educação, como terreiros e quilombos, além das escolas e das universidades. Fundamenta o debate a compreensão de que diferentes formas de racismo, como o institucional, o religioso, o ambiental, o recreativo etc. constituem ações determinantes na precarização da condição cidadã de sujeitos negros/indígenas em diferentes tempos e espaços da vida social. Se a cidadania é uma construção social, histórica e política, variando em diferentes Estados-nacionais e em diferentes temporalidades, o que implica a ampliação ou não do estatuto de cidadão para a população, é necessário pensar como de fato a cidadania tem sido praticada pelo Estado e pela sociedade, e como tem atendido ou não aos grupos minorizados (Moura, 1988, Pinsky, 2003). O que a história negra e indígena brasileira têm mostrado é um processo de precarização em curso desde a colonização até os dias atuais, tensionado por uma longa jornada de luta antirracista. Nesse sentido, o GT visa reunir pesquisas interdisciplinares nos mais variados campos das Letras, em especial a Linguística Aplicada, e Ciências Humanas e Sociais, para ampliar a compreensão acerca das dinâmicas raciais que impedem ou tensionam a operacionalização do dispositivo de racialidade (Carneiro, 2005), que conforma o racismo e a branquitude no contexto brasileiro.